Apesar de ter representado o Congresso no desfile de 7 de Setembro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não foi ao churrasco. A primeira-dama Janja da Silva, como informou a Coluna do Estadão, está em viagem ao Catar. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ficou em Alagoas para atividades de campanha.
Em momentos de menor descontração, ministros comentaram a mais recente polêmica do governo federal, a demissão de Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos por denúncias de assédio sexual. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma das vítimas. De acordo com relatos, todos os presentes lamentaram o episódio e concordaram que o agora ex-ministro não reunia condições de permanecer no cargo. O convescote no Alvorada evidencia a aliança entre o STF e Lula, que tem feito desagravos a Moraes, alvo preferencial dos bolsonaristas. Em uma demonstração inequívoca de prestígio por parte do cerimonial da Presidência, o magistrado foi alocado na primeira fileira, ao lado dos chefes de Poder, e aplaudido pela plateia.
Na noite de sexta-feira, 6, o discurso oficial de 7 de setembro, Lula reforçou, embora indiretamente, seu apoio a Moraes no impasse com o bilionário Elon Musk, dono do X. A rede social foi suspensa pelo magistrado, em decisão depois confirmada pela primeira turna do STF, por se negar a designar uma representação legal no Brasil.
“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda”, afirmou o presidente, em rede nacional de rádio e televisão.
Dentro do governo, sob reserva, alguns auxiliares palacianos veem excesso na decisão do Supremo, mas entendem que a Corte não teve alternativa diante da intransigência do bilionário sul-africano. A suspensão do X é contestada pela oposição, que vê censura, e pede a volta do antigo Twitter.