Escolher um presidente e no caso da Bahia, também escolher um governador, é um exercício de idealizar um local melhor para viver. Esquerda, direita, centro, meio ou os extremos; nada disso nos diz quem são nossos candidatos. A pergunta que nos move, enquanto cidadão é: queremos qual pais para nosso futuro? Um local inclusivo, com todos participando da vida coletiva? Ou um local restrito, quando só poucas pessoas ganham ou se beneficiam de lucros e vantagens?
“Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?”
Votamos por diversas matizes, muitas subjetivas, construídas por vivências; mas também, objetivas: se fulano ganhar eu vou ganhar o que? Temos fome de quê?
“A gente não quer só dinheiro
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro
A gente quer inteiro e não pela metade”
Queremos uma vida digna, sem armas, sem ódio. Queremos um pais comprometido com nossa segurança, nossa educação. Queremos nossos filhos com esporte, saúde, vacinados, protegidos. Queremos uma vida completa, poder viajar, comer e comprar.
Em 1987, os Titãs (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sergio Brito), compuseram a canção “Comida”, em que a fome ganha dimensão bem apropriada ao contexto de luta pela redemocratização que o país vivenciava – a fome de democracia, cultura, diversão, arte e felicidade: A gente não quer só comida.
E a fome voltou. E estamos lutando pela democracia. Em 1987, estávamos a dois anos da primeira eleição direta para presidente da república pós-ditadura militar, e em 89 um dos candidatos defendia a pátria, deus e a família. Ganhou a eleição e caiu porque fez caixa 2. Lembram dele? Fernando Collor.
Precisamos sempre olhar para o passado, refletir e olhando para o futuro questionar: Temos fome de quê? A eleição de domingo, dia 30, a escolha é de verdade, sem mentiras, sem burlar o modelo de votação, que é exemplar para o mundo todo. Vamos votar com fé, com consciência. Bom voto!
Por Professor Roberto Luis