Por Evandro Matos (*)
Em pleno século XXI, quando as democracias buscam se aperfeiçoar pelo mundo, aqui no Brasil somos ameaçados pela volta da Ditadura. Já não basta negar a pandemia e dificultar a vacina?
Qual mesmo a melhora que o país teve com esse governo? O desemprego só aumentou; o acesso ao crédito continua difícil e com juros caros; nenhuma linha de crédito para socorrer as empresas, que fecham as portas sem parar; a inflação voltando e desvalorizando os salários; os preços dos combustíveis, do gás de cozinha e do dólar aumentando todo dia…
Cadê o projeto de segurança pública? Cadê o combate à corrupção? (adeus Lava Jato!). Cadê a “nova política”? (viva o Centrão!). Cadê o projeto para a saúde? (o que houve foi a tentativa de desmanche do SUS). Cadê o projeto para a educação? (o que houve foi o desmonte das universidades e do Fundeb).
Enquanto isso, a cada dia o país vive uma crise diferente: ora é a desqualificação das instituições, ora o desrespeito aos poderes, ora a ameaça à democracia e às liberdades conquistadas. E como novidade, agora o flerte com o golpe, que vem sendo sinalizado há um bom tempo e só os inocentes e os cegos ideologizados não percebem.
O que mudou mesmo? Será que valeu a pena? Afinal, elegemos um presidente ou um ditador? E até quando vamos ter que conviver com notícias sobre milícias, fake news e rachadinhas?
Que país é este que aceita conviver com tudo isso? E qual futuro que nos espera em 2022? Será que vamos ficar o tempo todo alimentando essa polarização pobre, com dois extremos que não têm nenhum projeto para o país? Será que não já era tempo de se buscar outra porta? Será que não dá para sair desse senso comum? Desculpem, o Brasil não aguenta mais tanta pobreza de espírito. A nossa cabeça é capaz de pensar mais, e bem melhor.
Evandro Matos (*) é jornalista, vencedor do “Prêmio Coelba de Jornalismo” e do “Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo”. Atualmente é diretor do site Interior da Bahia e da Rádio Jacuípe.