A comissária responsável por Estado de Direito da Comissão Europeia, Vera Jourová, defendeu que membros do bloco aumentem a proteção a jornalistas ameaçados. Em 2020, 900 profissionais foram vítimas de ameaças.
Na recomendação, divulgada nesta quinta (16), estão a oferta de proteção pessoal e assessoria jurídica, a criação de números telefônicos de alerta e abrigos para jornalistas ameaçados de morte e a colaboração técnica para verificar se equipamentos usados pelos repórteres estão grampeados ou sendo espionados por algum meio.
“Jornalistas lutam pela democracia e por sociedades livres, e nada mais justo que as sociedades lutem por eles”, disse Jourová.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a dirigente europeia afirmou que é esperado que as recomendações sejam levadas mais a sério justamente pelos Estados que já dão mais atenção à liberdade de imprensa, mas que a Comissão “vai exercer pressão contínua” sobre os membros onde há mais ameaças à mídia.
Eslovênia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Bulgária e Grécia são países citados por agressões à liberdade de imprensa em relatório divulgado nesta semana pela Associação de Jornalistas Independentes.
Mas há relatos de agressão também na Alemanha, onde profissionais de imprensa que cobriam manifestações foram espancados, e na Itália, onde o presidente da federação de jornalismo sofre tentativas de hackeamento.
Uma legislação de proteção à liberdade e pluralidade de imprensa e à segurança do trabalho jornalístico também está em elaboração.