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Japão teve mais mortes por suicídio em outubro do que por Covid-19 em todo o ano

Eriko Kobayashi tentou se matar quatro vezes.

Publicada em 05/12/20 às 18:08h - 654 visualizações

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 (Foto: Reprodução)
Na primeira vez, tinha apenas 22 anos e um emprego em tempo integral no setor editorial que não pagava o suficiente para cobrir seu aluguel e contas de supermercado em Tóquio. “Eu era muito pobre”, contou Kobayashi, que passou três dias inconsciente no hospital após o incidente.

Com 43 anos hoje, Kobayashi escreveu livros sobre suas lutas pela saúde mental e tem um emprego estável em uma ONG. Mas o coronavírus está trazendo de volta o estresse que ela sentia.

“Meu salário foi cortado e não consigo ver a luz no fim do túnel”, contou. “Tenho uma sensação constante de crise de que posso voltar a cair na pobreza”.

Especialistas alertam que a pandemia pode levar a uma crise de saúde mental. Desemprego em massa, isolamento social e ansiedade estão afetando as pessoas em todo o mundo.

No Japão, estatísticas do governo mostram que o suicídio levou mais vidas somente no mês outubro do que a Covid-19 durante todo o ano até agora. O número mensal de suicídios no país subiu para 2.153 em outubro, de acordo com a Agência Nacional de Polícia do Japão. Na sexta-feira (27), o número total de óbitos por Covid-19 no Japão era de 2.087, de acordo com o Ministério da Saúde.

O Japão é uma das poucas economias importantes a divulgar dados regulares sobre suicídio. Os números nacionais mais recentes dos EUA, por exemplo, são de 2018. Os dados japoneses podem dar a outros países percepções sobre o impacto das medidas de pandemia na saúde mental e quais grupos são os mais vulneráveis.

“Nós nem tivemos um lockdown e o impacto da Covid-19 é mínimo em comparação com outros países, mas ainda assim temos esse grande aumento no número de suicídios”, afirmou Michiko Ueda, professora associada da Universidade Waseda em Tóquio e especialista em suicídios.

“Isso sugere que outros países podem ver um aumento semelhante ou ainda maior no número de suicídios no futuro”.

O impacto do coronavírus nas mulheres

O Japão luta há muito tempo com uma das maiores taxas de suicídio do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2016, o país teve uma taxa de mortalidade por suicídio de 18,5 por 100 mil pessoas, perdendo apenas para a Coreia do Sul entre os países da Ásia-Pacífico e com quase o triplo da média global anual de 10,6 por 100 mil pessoas.

Embora as razões para a alta taxa de suicídio no Japão sejam complexas, longas horas de trabalho, pressão escolar, isolamento social e um estigma cultural em torno de questões de saúde mental foram citados como fatores contribuintes.

Entretanto, nos 10 anos que antecederam 2019, o número de suicídios estava diminuindo no Japão, caindo para cerca de 20 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde, o menor número desde que as autoridades de saúde do país começaram a manter registros em 1978.

A pandemia parece ter revertido essa tendência, e o aumento dos suicídios afetou desproporcionalmente as mulheres. Embora representem uma porção menor do total de suicídios do que os homens, o número de mulheres que tiram as próprias vidas está aumentando. Em outubro, os suicídios de mulheres no Japão subiram quase 83% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Para efeito de comparação, entre os homens o aumento foi de quase 22% no mesmo período.

Existem várias razões potenciais para isso. As mulheres representam uma porcentagem maior de trabalhadores de meio período nos setores de hotelaria, serviços de alimentação e varejo, onde as demissões foram mais acentuadas. Kobayashi disse que muitas de suas amigas foram demitidas. “O Japão tem ignorado as mulheres”, contou. “Esta é uma sociedade onde as pessoas mais fracas são isoladas primeiro quando algo ruim acontece”.

Em um estudo global com mais de 10 mil pessoas, conduzido pela organização de ajuda internacional sem fins lucrativos CARE, 27% das mulheres relataram maiores desafios com a saúde mental durante a pandemia, em comparação com 10% dos homens.

Para piorar ainda mais as preocupações com a renda, as mulheres têm lidado com o aumento vertiginoso da carga de cuidados não remunerados, de acordo com o estudo. Enquanto isso, aquelas que mantêm seus empregos ainda precisam pensar nos filhos que ficaram sem escola ou creche, bem como suas obrigações normais de trabalho.

O aumento da ansiedade sobre a saúde e o bem-estar das crianças também sobrecarregou as mães durante a pandemia.

Akari, uma mulher de 35 anos que não quis revelar seu nome verdadeiro, disse que procurou ajuda profissional este ano quando seu filho prematuro ficou hospitalizado por seis semanas. “Fiquei muito preocupada, 24 horas por dia”, disse Akari. “Eu não tinha nenhum histórico de doença mental antes, mas o fato é que fique extremamente ansiosa o tempo todo”.

Seus sentimentos pioraram conforme a pandemia se intensificou e ela temia que seu filho pegasse Covid-19.

“Senti que não havia esperança, sempre pensei sobre o pior cenário possível”, contou.

“Um lugar para você"

Em março, Koki Ozora, um estudante universitário de 21 anos, abriu uma linha direta de saúde mental 24 horas chamada Anata no Ibasho (“Um lugar para você”). Segundo ele, a linha direta, uma organização sem fins lucrativos financiada por doações privadas, recebe uma média de mais de 200 ligações por dia, e que a grande maioria das pessoas que ligam são mulheres.

“Elas perderam o emprego e precisam criar os filhos, mas não têm dinheiro. E então tentaram o suicídio”.

A maioria das ligações ocorre durante a noite (das 22h às 4h). Os 600 voluntários da organização sem fins lucrativos vivem ao redor do mundo em diferentes fusos horários e estão acordados para atendê-las. Mas não há voluntários suficientes para acompanhar o volume de mensagens de texto também enviadas, disse Ozora.

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