O Brasil tem se posicionado como uma das referências globais para investimentos em fintechs, as startups da área financeira. Em cerca de uma década, de 2014 ao primeiro semestre de 2024, o País movimentou US$ 10,4 bilhões (R$ 56,5 bilhões, ao câmbio do dia) em investimentos no setor, com 1.034 negócios, de acordo com o estudo FinTech Report 2024, realizado pela Distrito, consultoria e empresa de pesquisas sobre empresas de tecnologias emergentes.
O valor equivale a 66,67% do total aportado em fintechs na América Latina. A região foi destino de US$ 15,6 bilhões em recursos, com a concretização de 1.658 rodadas de investimento, na última década.
“O mercado financeiro brasileiro tem tradição de uso de tecnologias, mas também era muito consolidado e dominado por poucos bancos, e então trazia grande potencial de disrupção por meio de novos modelos de negócios”, afirma o responsável pela área de pesquisas da Distrito, Victor Harano. “O setor tem muitos bons profissionais, e muita gente saiu de carreiras em bancos para fundar fintechs, nos últimos anos.”
A maior concentração delas está no Brasil, com 58,7% das empresas, seguida pelo México, com 20,7%. “O brasileiro é muito rápido na adoção de tecnologia. Temos uma população relativamente jovem, e mesmo os mais velhos adoram as redes sociais e usar Uber”, diz o cofundador da Upload Ventures, um fundo de venture capital brasileiro, Carlos Simonsen. “Podemos estar atrás da China em tecnologias financeiras, mas muito à frente de Índia, Rússia, México e África.”