As tentativas de golpe bancário envolvendo cartão e pix viraram uma rotina na vida do cidadão brasileiro em um mundo cada vez mais virtual. Diariamente, criminosos ligam para potenciais vítimas, a partir de números diversos de telefone, simulando gravações de centrais de atendimento ao cliente de instituições bancárias. Outra artimanha já conhecida é o envio de informações via mensagem para induzir a transferência de valores para contas dos golpistas.
Só em Minas Gerais, foi registrado um aumento de 39,7% nos crimes de estelionato virtual, de acordo com dados do Anuário de Segurança Pública, publicado no ano passado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com dados de 2022. Conforme o documento, cerca de 35 mil pessoas foram vítimas no estado de golpes na internet, inclusive via redes sociais, no intervalo de tempo mencionado, contra aproximadamente 25 mil casos registrados no relatório anterior, divulgado com informações de 2021.
Em todo o Brasil, foram registradas 200 mil ocorrências da modalidade em 2022, ante um consolidado de 120 mil no ano anterior, uma diferença percentual de 66%. Os números, no entanto, apresentam limitações, pois não há informações públicas fornecidas por seis estados: Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Se os esforços do crime organizado aumentam a cada ano, é preciso prevenção. A orientação principal passa por nunca fornecer quaisquer dados por telefone ou mensagem e sempre desconfiar de qualquer contato.
“Ao receber uma ligação suspeita solicitando senhas ou dados pessoais, desligue imediatamente e, de outro telefone, entre em contato com os canais oficiais do seu banco”, alerta José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
Segundo ele, a Federação Brasileira de Bancos tem investido recursos em tecnologia para evitar as fraudes, além de manter uma parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para bloquear os números de telefone usados nos golpes da falsa central telefônica.
O advogado, criminólogo e policial reformado Jorge Tassi, especialista em casos de estelionato, afirma que o mais importante para evitar fraudes é sempre desconfiar, prestar atenção nos detalhes, não agir de impulso e nunca repassar dados pessoais.
“Entre no site ou aplicativo do seu banco; entre no site que você vai fazer uma compra ou doação; analise; pesquise os links; não acredite em preços muito aquém do mercado; e nunca forneça dados de sua conta para desconhecidos”,afirma.
Fonte: Estado de Minas