A cesta básica oficial, definida pelo Decreto-Lei Nº 399, de 30 de abril de 1938, que estabelece 12 produtos alimentares (arroz, feijão, farinha, carne, tomate, banana, óleo, café, leite, açúcar, pão e manteiga) e suas respectivas quantidades, passou a custar R$ 518,17 no mês de setembro de 2023, em Feira de Santana.
Segundo o estudo "Conhecendo a Economia Feirense: custo da cesta básica e indicadores socioeconômicos", do curso de Economia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), este valor representou redução de 0,97% em comparação com o mês de agosto. Esta foi a terceira queda consecutiva no preço da cesta em 2023, acumulando no último trimestre um decréscimo de 5,62%. Não obstante os três meses seguidos de queda do valor da cesta, ainda se observa elevação dos preços da cesta nos últimos 12 meses, visto que o custo da cesta em setembro de 2023 foi 4,42% maior que o calculado em setembro 2022.
Dos doze produtos que compõem a cesta, seis sofreram queda em seus preços médios: banana (-10,44%); açúcar (-8,28%); feijão (-3,06%); leite (- 1,99%); manteiga (-0,78%) e carne (-0,73%). Dentre os alimentos que registraram aumento de preço médio, destacam-se o tomate, que teve seu preço médio majorado em 3,63%, seguido pelo óleo de soja (2,62%), café (2,6%) e pão (1,05%). Os demais produtos tiveram aumentos em patamar inferior a 1%.
Com relação as variações nos preços dos produtos da cesta básica no último trimestre, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses, no último trimestre (julho, agosto e setembro), o preço da cesta básica caiu 5,62%. Dos 12 produtos que a compõem, oito apresentaram queda de preço médio e quatro registraram alta no trimestre. As maiores reduções foram no feijão (- 14,49%), óleo de soja (-12,58%) e na carne (-11,02%). Já os aumentos mais expressivos no trimestre foram registrados para a manteiga (4,59%), o arroz (3,73%) e o pão (3,29%). Apesar da queda no trimestre, nos últimos 12 meses (setembro de 2022 a setembro de 2023), a cesta básica registrou incremento de 4,42%. Já no acumulado do ano, ou seja de janeiro de 2023 a setembro de 2023, o valor da cesta teve um aumento de apenas de 0,19%, revelando uma clara tendência de desaceleração dos preços em 2023, frente a alta dos alimentos observada no ano de 2022, quando a cesta registrou uma elevação no mesmo período (janeiro de 2022 a setembro de 2022) de 6,48%.
Sobre a evolução do valor da cesta básica em Feira de Santana nos últimos doze meses, ao longo desse tempo, houve períodos de elevação e redução dos preços médios, chamando atenção a queda contínua observada a partir de junho de 2023, ainda que desacelerada no último mês. Esse movimento de recuo, todavia, ainda não foi suficiente para trazer o valor médio da cesta ao nível vigente há doze meses, e isso explica a linha vermelha ascendente.
O gasto médio com o almoço tradicional, composto por arroz, feijão, carne e farinha, representou em setembro 35,32% do valor alocado na aquisição da cesta básica do cidadão, percentual praticamente igual ao calculado no mês anterior (35,31%). Já o custo do café da manhã, constituído de pão, manteiga, café, leite e açúcar, absorveu 36,24% do orçamento com a alimentação básica, participação um pouco superior àquela do mês de agosto (36,09%). Nota-se que persiste o maior peso do café da manhã relativamente ao almoço no custo da alimentação, já registrado no mês anterior.
Considerando individualmente cada alimento, a carne, o tomate e o pão permanecem como os principais itens de dispêndio do cidadão feirense com a cesta, respondendo por 21,31%, 17,83% e 16,73%, respectivamente. Registre-se que os três produtos aumentaram seu peso relativo no custo da alimentação básica comparativamente ao mês anterior (21,26%, 17,04% e 16,40%, na mesma ordem).
No que concerne à participação dos alimentos da cesta básica no salário mínimo líquido vigente (salário mínimo descontado da contribuição previdenciária de 7,50%), verifica-se que, em setembro, o trabalhador de Feira de Santana comprometeu 42,44% de seu rendimento com a compra dos 12 produtos da cesta. Esse resultado é 0,41 pontos percentuais inferior ao calculado no mês de agosto (42,85%) e 2,52 pontos percentuais menor do que o registrado em junho de 2023 (44,96%), quando a cesta básica atingiu seu mais alto valor.
O movimento de recuo dos preços médios dos últimos três meses tem provocado também redução do tempo de trabalho necessário para a compra dos produtos da cesta, que passou a 93 horas e 21 minutos – cinquenta e cinco minutos menor do que o calculado em agosto de 2023 e cinco horas e 34 minutos menor do que o tempo de trabalho necessário no mês de junho de 2023.