Na década de 1930, estreando no jornalismo de A Tarde, o jovem repórter Jorge Calmon Moniz de Bittencourt (1915-2006) entrevistou o líder militar gaúcho Luiz Carlos Prestes (1898-1990). O jornal não publicou a reportagem, mas o autor manteve o manuscrito de letrinhas miúdas e sem borrões. Quando vi o documento, desejei copiá-lo, mas fui advertido de que a grafia dificultaria a tarefa. Não insisti, mas neste 07 de julho, dia do nascimento dele (faria 107 anos), a lembrança do episódio se reacendeu.
Por certo, pesquisadores das áreas de História, Jornalismo e Ciências Políticas apreciariam conhecer o texto e, quiçá, elaborar comunicação sobre o que teria acontecido na década de 1930 para se barrar o entusiasmo do jovem repórter e não publicar o “furo” que ele obtivera.
Vida que segue!
Cresce minha admiração e saudade do Dr. Jorge, como o tratava, e tenho consciência de que ele desempenhou com entusiasmo o zelo por instituições e pessoas. Foi redator-chefe de A Tarde ao longo de 60 anos; foi deputado estadual; foi secretário da Justiça; publicou livros e capitaneou, na segunda metade da década de 1980, a defesa da integralidade do território baiano com a vitoriosa campanha “A Bahia não se divide”.
Estou na Associação Bahiana de Imprensa (ABI), de onde ele foi presidente e sócio atuante a vida inteira, por sugestão dele e há 11 anos atuo na diretoria da instituição com o entusiasmo que ele nos ensinou a oferecer à Bahia.
Como esquecer a amizade dos jornalistas e professores Luis Henrique Dias Tavares (1926-2020) e Jorge Calmon (fofo)? Que a mantenham, para todo o sempre, no misterioso além.