O Ministério Público de Goiás (MPGO) levantou centenas de provas que apontaram o envolvimento de jogadores de futebol no esquema de manipulação de resultados de jogos. Entre os documentos estão prints de mensagens de texto, transcrições de áudios, comprovantes de pagamento e até ligações de vídeo.
Nos celulares apreendidos dos acusados, o MPGO encontrou, inclusive, conversas do grupo com Polidoro Júnior, zagueiro que já atuou no São Paulo. Além dele, há prints de uma chamada de vídeo entre Gabriel Tota e Bruno Lopez, acusado de chefiar o esquema. Na ligação, o atleta mostra Paulo Miranda dentro do vestiário antes de um jogo.
Confira abaixo a lista de jogadores e as informações referentes a cada um no processo:
O MPGO encontrou em um dos celulares dos acusados manipulação de manipular resultados de jogos, conversas com Polidoro Júnior, zagueiro que já atuou no São Paulo. Nos prints têm, inclusive, transferências bancárias que, pelo que apontam as mensagens, seriam para aliciar jogador e manipular resultado no Campeonato Brasileiro. Nos comprovantes, dá para ver as quantias de R$ 35 mil e R$ 30 mil.Polidoro não está na lista de denunciados, nem testemunhas no processo. O g1 enviou mensagem para pedir um posicionamento, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A investigação registrou uma chamada de vídeo entre os jogadores Gabriel Tota e Paulo Miranda com Bruno Lopez, acusado de ser o chefe do esquema, no dia 16 de outubro de 2022, por volta de 17h. A ligação aconteceu dentro do vestiário, antes do jogo entre Juventude e Atlético-GO. Logo após a ligação, Bruno enviou um áudio descrevendo a chamada em um grupo de WhatsApp e disse:
“Tota, ele foi até lá no vídeo e mostrou o Paulo Miranda, falou: 'Paulo Miranda, ó aí ó', Paulo Miranda eu conheço também, falou 'O homem que dá dinheiro pra nós tá aqui'. Os cara deu risada e tal [...] mano, no vestiário, os cara maluco, o vestiário no vídeo”, disse.
Segundo o MPGO, Tota atuou como intermediário do grupo criminoso na corrupção esportiva e registrou recebimento de diversos valores em sua conta bancária, vindos das contas da esposa de Bruno Lopez e de Romário Hugo, outro denunciado por ser aliciador e membro da organização criminosa.
O MP detalhou também que Tota recebeu dinheiro e debateu a manipulação a ser feita por Paulo Miranda. Em uma conversa com Romarinho, ele encaminhou um print da conversa com Paulo e disse que “não ia deixar os manos na mão”.
Tota e Paulo estão listados como denunciados no processo. O g1 enviou mensagem para pedir um posicionamento, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
O processo também mostra conversas entre Igor Aquino da Silva, conhecido como Igor Cárius e o MP apurou que ele foi cooptado para receber um cartão amarelo na partida entre Ceará X Cuiabá, pela 32ª rodada da Série A de 2022. O jogo aconteceu no dia 16 de outubro do mesmo ano.
Na conversa com o denunciado Luis Felipe Rodrigues de Castro, Igor cobrou pagamento de valores. Os prints estavam na galeria de fotos de Igor, segundo o MP. No dia 7 de novembro de 2022 Igor indicou dados da conta bancária da empresa de Romário para que o citado Wallisson fizesse uma transferência bancária.
O MP mostrou que Matheus Phillipe Coutinho Gomes também jogador de futebol, já tinha contato com Fernando Neto e fez a promessa de pagamento inicial ao jogador, confira: Antes, Bruno já tinha informado sobre o ajuste do pagamento e a própria manipulação esportiva com Fernando na véspera do jogo, em 27 de outubro de 2022.Matheus está listado como denunciado no processo. O g1 não localizou a defesa para ter um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Fernando Neto
Prints de conversas mostram o jogador acusado de integrar o esquema investigado por manipular resultados de jogos de futebol, Fernando Neto, de 30 anos, contando ter feito de tudo para receber cartão vermelho e ser expulso da partida. A conversa, segundo apurado pelo Ministério Público, foi encontrada no celular de Bruno Lopez, que era um dos apostadores.