Torcedor do Bahia, o cantor e compositor Ricardo Chaves não está nada satisfeito com a gestão do presidente Guilherme Bellintani à frente do Bahia. Em entrevista ao programa BN Na Bola, da Rádio Salvador FM 92,3, apresentado por Emídio Pinto, Glauber Guerra e Ulisses Gama, o artista deu nota 4,5 para o mandatário. 

"Como estamos falando de um time de futebol, que não rende dentro do campo, vou me ater a isso. Nota 4,5 (...) Dentro de campo o Bahia está deixando a desejar, e tem tido uma distância com o torcedor. Não vemos mais um brio no jogador do Bahia. Isso é de algum tempo. Você destaca um ou outro que se identificou. Gilberto foi um. Era um cara que sentíamos que encarnava a camisa tricolor. Estamos vendo um time muito passivo dentro de campo há alguns anos. Não são esses de agora, mas desde lá de trás. São coisas que vão distanciando o torcedor do time", criticou o cantor. 

Na opinião de Chaves, "Bellintani tem ideias muito boas, que são aplicadas na Europa, mas não é nossa realidade, ainda". No entanto, ele destaca que a opinião não se resume ao aspecto pessoal, mas sim profissional. Isso é exemplificado pelo fato do cantor não desejar ser presidente do clube. 

"Quanto a ser chamado para ser presidente, eu já fui. Eu fiz parte daquela gestão de Schmidt, do Conselho, ali começou alguma coisa e eu jamais vou aceitar participar dessa maneira do meu clube. Porque eu jamais quero deixar de ser torcedor. Então quando eu dou uma nota 4,5 para Bellintani, não tem nada a ver com o torcedor Bellintani, porque eu sei o quanto ele torce. Não quero passar por essa situação. Estarei sempre colaborando da minha maneira artística de alguma forma", pontuou. 

Neste sentido, ele comentou sobre a possibilidade de o Bahia se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), modelo que já chegou a alguns clubes brasileiros. O Conselho Deliberativo do Esquadrão tem feito reuniões para discutir o tem, mas ainda não há nada concreto. 

"Esse modelo da SAF é uma tendência. Várias franquias vão captar jogadores para os grandes clubes. Não é só aqui. Como estamos em uma crise tão grande, qualquer notícia o torcedor quer se agarrar como tábua de salvação. Olha, do jeito que está não dá para continuar. Em compensação, eu, enquanto torcedor, ainda preciso de muita informação para saber o que é verdade e o que é especulação nessa proposta. Não é uma coisa aberta como deveria ser, mas eu espero que o que venha seja melhor. Eu tô preocupado com o que vão fazer com o time que aprendi a amar. Porque o futebol não é só negócio. É também negócio. Quando vemos a Fifa fazendo Copa do Mundo a cada dois anos, percebemos que o torcedor está sendo substituído pelo apostador. Ao mesmo tempo, não dá para nadar contra a maré. Se não for agora, vai ser daqui a pouco. O cavalo quando passa selado, temos que montar. Mas tem que saber quem é o cavalo, se está bem selado, essas coisas. Eu gostaria de saber detalhes minuciosos do que está acontecendo com o clube da gente", ponderou.