A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) disseram, após buscas contra a Global Gestão em Saúde na quinta-feira (30), ver indícios de que a Precisa Medicamentos, empresa que pertence ao mesmo grupo empresarial, tenha usado o escritório de advocacia do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, para simular contratos e gerar dinheiro em espécie para pagar propina a políticos em troca de contratos com órgãos públicos.
Em uma segunda etapa da investigação na Operação Descarte, iniciada em 2018, a Receita Federal auditou a sede da Precisa e encontrou contratos suspeitos firmados em outro escritório de advocacia, o Marco Polo del Nero e Vicente Cândido Advogados, na ordem de R$ 7,2 milhões.
Os auditores afirmam que os pagamentos à banca do ex-presidente da CBF não puderam ser comprovados.
“Houve a prova do pagamento, mas não da prestação dos serviços”, diz a PF. “O que indica que se trata de mais uma simulação, e que o dinheiro de caixa dois da Precisa não foi gerado apenas pela Claro Advogados”, segue.
A Polícia Federal chegou a pedir autorização para fazer buscas no escritório, mas a Justiça Federal de São Paulo disse que não detinha competência para apreciação do pedido.
O escritório Marco Polo del Nero e Vicente Cândido Advogados foi investigado na Operação Combustão, aberta em outubro do ano passado para investigar fraudes no Fundo de Pensão dos Correios (Postalis) e operações de lavagem de dinheiro que teriam sido levadas a cabo por Milton Lyra, apontado como operador do MDB.
A PF trabalha com a hipótese de que ele tenha sido o elo entre e a Global e as bancas de advogados.