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Coluna do Levi Vasconcelos

No acarajé, a economia que abraça todo canto do Brasil

canto do Brasil Confira a coluna de Levi Vasconcelos

Publicada em 20/11/23 às 11:50h - 181 visualizações

Fonte atarde.com.br. Colunista levivasconcelos *Sob a supervisão do Jornalista Jair Cezarinho WWW.ENCONTROJA.COM.BR


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 No acarajé, a economia que abraça todo canto do Brasil
 (Foto: Reprodução)

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro do ano passado, o efeito das bombas respingou no tabuleiro da baiana do acarajé. Nada de brincadeira. O Pará produz 98% do azeite de dendê, ingrediente fundamental no acarajé, ficou bem mais vantajoso vender o óleo como biocombustível e o preço cá disparou.

                                     Rita Santos: ‘A cadeia do acarajé é vasta, é em todo o país’ -

Rita Santos, coordenadora da Associação Nacional das Baianas do Acarajé, diz que a capilaridade para a formação do mix que compõe o tabuleiro é vastíssima.

— O feijão vem do Piauí e do Mato Grosso, o camarão do Ceará ou do Rio de Janeiro, é uma cadeia grande.

E dá para mensurar quanto isso gera de emprego?

— Difícil. É muito pulverizado. Só aqui na Bahia temos mais de cinco mil baianas com os seus tabuleiros. Só na Feira de São Joaquim tem mais de 100 comerciantes que lidam com os ingredientes do tabuleiro, em Itapuã, mais 10 lojas..

Em Amalina —Pois o acarajé, essa iguaria que todos querem degustar, no tabuleiro e na cultura, tem na sua cadeia econômica até uma indústria, a Frigorífico Monteiro, ou Frimonte, em Lauro de Freitas, que comercializa todos os itens do tabuleiro desde 2002. E é o único do país com inspeção do Ministério da Agricultura para a defumação de camarão.

O mentor, o empresário Marcos Monteiro emprega, no conjunto, mais de 70 pessoas.

— Temos de tudo, da folha de banana até o papel para segurar o acarajé. 

Frimonte —Rita Santos, a da ABAM, afirma que infelizmente isso não é olhado como deveria. Para formar a Frente Parlamentar em Defesa do Acarajé, na Assembleia, puxada pela deputada Cláudia Oliveira (PSD) foi um sufoco:

— Eles ainda não entenderam a importância política do acarajé. Não sabem que ao redor de cada tabuleiro tem pelo menos 5 pessoas.

Ela afirma que os problemas são de todo lado.

—Muitas baianas idosas não aceitam a venda do acarajé cor de rosa, com bacalhau, com chuchu e até com ketchup e maionese.

Isso afronta a tradição que tanto Joselice Batista dos Santos, a Jojó, 52 anos de idade, 37 de tabuleiro sempre no Largo de Amaralina ao lado da irmã, Dora, mais de 50 anos na praça.

— Aprendi com minha mãe (D. Judite), que aprendeu com minha vó (Iracil). Minhas três filhas Josicleide, Elisangêla e Dandara, todas estão no acarajé. E minha neta, Keilane, 18 anos, filha de Elisangêla, também. O acarajé faz parte de mim.




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