Já na carta ao Rei Dom Manuel, no ato que marcou a chegada dos portugueses, Pero Vaz de Caminha dizia sobre os índios que eles só comiam daquele inhame. Era a mandioca.
Cultivada nos quatro cantos do país, que hoje tem o sul da Bahia como maior núcleo produtor do estado, ela foi a pauta ontem na Comissão de Agricultura da Assembleia, em encontro puxado pela deputada Cláudia Oliveira (PSD).
Cláudia, que já foi prefeita de Porto Seguro, reuniu para discutir o assunto todos os segmentos da cadeia, da produção científica da Embrapa até os índios, com um detalhe: todos apostavam no índio Jerônimo, o governador, também agrônomo, como aliado forte.
A mandioca, planta nativa, ainda carente da devida assistência - Foto: Joá Souza/ Ag. A Tarde, Data: 04/08/2010
Dificuldades —A agrônoma Jeilly Vivianne, presidente da Sociedade Brasileira da Mandioca, traçou um painel.
Da mandioca se extrai mais de 600 produtos, da tradicionalíssima farinha até cerveja e vinho, segundo ela, já definida pela ONU e a FAO como ‘a cultura do século XXI’, mas a falta de assistência técnica e dificuldades de acesso a créditos provoca uma situação ruim, em 1960 colhíamos 20 milhões de toneladas, hoje apenas 11 milhões.
— A mandioca é nosso grande legado indígena, mas hoje temos cada vez menos áreas plantadas.
Pior. A Bahia é o terceiro do país em área colhida, mas o 27º em produtividade. Na média, quatro toneladas por hectare, muito baixa se comparado com núcleos em Alcobaça, onde chega a 81 toneladas. LEIA MAIS