Nos seis primeiros meses de governo, Jerônimo visitou mais de 100 municípios. É um filme já visto. Rui Costa, que antes de chegar ao governo também era pouco conhecido, fez o mesmo, botou a cara na tela para dizer que agora era a vez dele.
Os dois, Rui e Jerônimo, chegaram ao Palácio de Ondina de maneira quase igual, ambos apoiados por um governador bem avaliado (com Rui, Jaques Wagner, com Jerônimo o próprio Rui), mas o cenário de agora seguramente é diferente.
A sensação de insegurança avança agora como nunca e os políticos da base governista começam a demonstrar inquietações. Há quem diga que está na hora do governador dar mais tempo ao gabinete, ou a situação corre o risco de degringolar.
Governador Jerônimo Rodrigues em entrega em Antônio Gonçalves, 100º município baiano que visitou desde que tomou posse - Foto: Claudionor Jr/ SECBA
Caixa cheio —Claro que a situação de Jerônimo é confortável. A Bahia investiu R$ 10,2 bilhões ano passado, mais do dobro da média histórica anual de R$ 4,5 bilhões. Este ano, já botou na praça mais de R$ 4 bilhões e deve fechar em dezembro perto de R$ 7 bilhões.
É uma boa posição, mas alguns governistas lembram que a oposição só tinha um discurso, o caso dos respiradores. Agregou durante a campanha a questão da segurança por uma razão elementar, todas as pesquisas apontam que o assunto é o motivo que mais preocupa, tantos tiroteios e mortes. E agora tem mais dois novos, o VLT do Subúrbio e a ponte Salvador-Itaparica.
Jerônimo esperneia com o noticiário da violência, mas ao invés de reclamar, deve agir. Até porque, por conta disso, as viagens governamentais já têm sobressaltos no tempero.
A Via Bahia como escape
Do deputado Robinho (UB), sobre a viagem dos colegas da Comissão de Infraestrutura, que foram a Brasília se queixar da Via Bahia, a concessionária da BR-324:
— Eu entendo os meus amigos governistas. Não podem falar de nada que atinja o governo, pau na Via Bahia.
Nem por isso estão errados. O próprio Robinho já entrou com uma ação na justiça pedindo que a Via Bahia abra as cancelas.
A arte de Carybé, ou quase isso, em exposição na Alba
O argentino Julio Páride Bernabó, que se fixou em Salvador e aqui aproveitando a habilidade nos pincéis fez fama como artista plástico com o nome de Carybé, está esta semana no salão de entrada da Assembleia, espaço de exposições artísticas.
Aliás, a obra é de Carybé, mas confeccionada pelo artista plástico Daniel de Paula, que faz a releitura de Carybé. Ou seja, pinta uma cópia igualzinha à obra original. Luciano Ribeiro, o marchand que levou os trabalhos para lá, editor da revista Senhor Repórter, que herdou do pai, o jornalista Zé Ribeiro, falecido em julho último, diz:
— Carybé está aqui porque eu pedi para essa exposição, mas o Daniel pinta qualquer um, mas não aparece. É uma pessoa muito discreta.
Em Feira, a peleja dos três Zés com Pablo e Binho no tempero.
O deputado federal Zé Neto (PT), o ex-prefeito Zé Ronaldo (UB) e o estadual Binho Galinha (Patri), três prefeituráveis de Feira de Santana, estiveram frente a frente no fim de semana no bucólico povoado de Pé de Serra, distrito de Maria Quitéria.
Tudo republicanamente democrático. O outro Zé da parada, Zé de Arimatéia (Republicanos) faz coro com o que dizem na cidade, que em 2022 ‘vai dar Zé’.
O também estadual Pablo Roberto (PSDB) corre por fora com um slogan totalmente oposto: ‘Chega de Zé’. E é nessa ponga que Binho entra: ‘Se Pablo estiver certo, eu tô na jogada’.
Humberto Cedraz, ex-deputado e editor do jornal Folha do Estado, diz que em Feira a disputa é acirradíssima:
— Em 2020 tivemos uma disputa trincada. Pois se preparem, em 2024 será mais acirrada ainda.
REGISTROS
Fake perversa
Da série deu nas redes. Internado para fazer nova cirurgia no intestino em que recebeu a facada, Bolsonaro resmungou com uma fake pregada em cima do fato. Dizia que ele se internou para fazer uma cirurgia de troca de sexo. ‘Era só o que me faltava’, resmungou. Moral da história: fake no zap dos outros é refresco.
Herança maldita
A 43ª Exposição de Caprinos e Ovinos em Uauá foi realizada semana passada com sucesso, mas o que ficou nas redes sobre o evento foi que um segurança do prefeito Marcos Lobo (PDT) agrediu fisicamente o locutor Adailton Santana, do site Portal Uauá. Tudo filmado.
No banco dos réus 1
Lembra a história da ex-vereadora Maria Creuza Silva (PL), de Barra da Estiva, acusada de ter matado e ocultado o cadáver do lavrador Samuel Silva Machado, que foi a júri esta semana? Acabou absolvida.
No banco dos réus 2
A história não acaba aí, ao que tudo indica. O advogado da família da vítima, Maurício Vasconcelos, diz que a decisão foi extremamente contraditória. O júri reconhece que ela matou e ocultou o cadáver, mas absolveu.