Se se pergunta ao povo o que aconteceu na manhã de 2 de julho de 1823, ou há exatos 200 anos, o povão sabe, como Reinaldo Jorge, vendedor de água de coco na praia da Boca do Rio. ‘Foi a independência da Bahia’. Ou como diz Zeca Vieira, pescador lá de Vera Cruz, na ilha de Itaparica: ‘Foi o dia do chute na bunda dos portugueses’.
Claro que esta história também tem as versões acadêmicas, uma das mais completas A Independência do Brasil na Bahia, do professor Luis Henrique Dias Tavares, trabalho top sob todos os pontos de vista. Seja lá como tenha sido aquele 2 de julho, o fato é que a data entronizou na alma dos baianos, especialmente os de Salvador e Recôncavo., coisa de mistura do cívico e do populacho, de autoridades hasteando bandeiras a prostitutas reclamando direitos, tudo em nome da luta pela independência.
Para Nazaré —Conta o jornalista Luis Guilherme Pontes, filho de Luis Henrique Dias Tavares, que o pai fez a primeira versão do livro A independência do Brasil na Bahia em 1975. Mas passou 30 anos escarafunchando documentos em Portugal, França e Espanha, além do Brasil, e só em 2005 apresentou a versão atual, completíssima.
— Ele fazia questão de buscar as fontes primárias, ver os documentos.
Em compensação, contou a história e por isso entrou para a tal história. Morreu em 22/06 de 2020. Será exumado e as cinzas irão ao cemitério da Santa Casa de Nazaré das Farinhas, onde está o pai dele, Luiz Dias Tavares.
Condenação de João Filho bota molho na briga dos Mascarenhas
A condenação de João Mascarenhas (PL), ex-prefeito de Itaberaba, a cinco anos de cadeia em regime semi-aberto por ter feito propaganda pessoal nos carnês do IPTU, botou lenha na disputa política local, nos últimos tempos centrada na família Mascarenhas.
O caso: Jadiel Mascarenhas foi prefeito, depois elegeu o irmão, João, que acabou chutando o irmão-padrinho. Jadiel morreu em 2016, João era o prefeito, e nas eleições daquele ano resolveu apoiar o sobrinho Ricardo, filho de Jadiel, que ganhou e, uma vez no mandato, retribuiu o chute que ele deu no pai.
Em 2020, Ricardo, o sobrinho, e João, o tio, bateram chapa. Ganhou Ricardo, que agora fora da disputa por ser reeleito, quer apoiar o vice, David dos Anjos (PP). A pergunta que predomina lá: e João ainda pode ser candidato? Ele diz que sim.
Na guerra contra o câncer
“Câncer? Não perca a cabeça”. Esse é o lema da 7ª campanha nacional de conscientização para a prevenção de tumores de cabeça e pescoço, que a Associação de Câncer de Boca e Garganta deflagra este mês, o Julho Verde. A presidente da entidade, Melissa Moraes, diz que o alvo é fazer diagnósticos precoces e evitar mutilações.
Na Bahia, quem toca a campanha é o médico Lucas Gomes, que pilota o setor no Aristides Maltez.
Catolândia, a cidade que não cresce e nem diminui
Desde que foi criada, em 1962, Catolândia, lá no oeste baiano, a 22 km de Barreiras, ostenta a condição de menor município da Bahia em termos de população. No Censo 2010 tinha 2.612 habitantes, nas estimativas do IBGE até este mês e novo Censo, 3.434.
Catolândia vive da agricultura familiar, é forte na produção de mandioca, galinha caipira e cachaça, mas jornalistas lá do oeste dizem que se as coisas continuarem como vão é bem possível que no próximo Censo ele saia dessa.
O motivo: os empresários de Barreiras estão correndo para lá, fugindo dos altos impostos que a administração do prefeito Zito Barbosa vem impondo. É um refúgio sacro-profano, dizem.
POLÍTICA COM VATAPÁ - Coisa rara
Natural de Aramaji, Pernambuco, mas adotivo de Itabuna, onde fez toda a sua trajetória, eis que Josias Gomes, já no sexto mandato de deputado federal, lá um dia perambulava pelo interior de Campo Alegre de Lourdes, lá no norte da Bahia, vizinho dos municípios baianos de Pilão Arcado e Remanso e dos piauienses Caracol, Jurema, Guaribas e Várzea Branca, atrás de votos.
Depois de muito andar, avistou o Morro do Tuiuiú, atração turística da área, finalmente parou para almoçar. Pediu uma especiaria da terra, galinha caipira.
Almoçou, ia pagar, viu o preço da galinha, R$ 170, pinotou, chamando a dona da casa:
— Ô, minha senhora. Por acaso está faltando galinha por aqui?
E a mulher, calma, falou serenamente:
— Galinha, não, temos que dá para o gasto. Mas deputado... Só o senhor vendo, é uma raridade.
O próprio Josias gosta de contar o caso nas rodinhas de políticos.