O governo baiano se gaba de estar apoiando como nunca a realização do São João, em quase 300 municípios da Bahia, mas dos sanfoneiros, o pessoal do forró, recebe reclamações. Dizem que contrataram artistas do sertanejo e do arrocha com altos cachês e deixaram os pequenos de lado.
A queixa espouca nos quatro cantos do Nordeste e tem entre os seus arautos gente do naipe da paraibana Elba Ramalho, que posta nas redes: ‘São João é forró’.
No Maranhão, o forrozeiro Flávio José diz que a invasão do São João ‘é como fazer Carnaval em Olinda sem frevo e folia em Salvador sem o axé’; no Maranhão o deputado Yglesio Luciano (PSB) dispara contra a contratação de artistas como Luan Santana e o baiano Thierry, que é do arrocha.
Zé de Zulmira —A Bahia não fica de fora. Nas redes disparam cards dizendo que ‘vai estourar o escândalo das contratações superfaturadas’, na mesma linha, o alijamento dos pequenos forrozeiros.
Aliás, a sensação que se tem é que em 2023, com o fim total da pandemia, o São João veio mais quente, mas segundo Zé de Zulmira, sócio-fundador da Associação Asa Branca dos Forrozeiros da Bahia, para os forrozeiros tem sido bem pior.
— O pessoal da sanfona sobrou. A situação é ruim. Quando a gente compara as grades de shows ficamos a nos perguntar como é que alguns podem dar tantos shows em tantos lugares quase a mesmo tempo.
Diz Zé que alguns instalam equipamentos em vários lugares. E mesmo assim o artista tem que correr muito para chegar.
Zé de Zulmira (à dir): ‘Estão expulsando o forró do São João’ -
Carlos Muniz entra em rota de colisão com presidente do Sinjorba
Carlos Muniz (PSDB), presidente da Câmara de Salvador, criou uma celeuma com o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, absolutamente desnecessária.
A questão: Moacy se inscreveu para ir à tribuna da Câmara se pronunciar sobre a PEC 206/2012, que restaura a obrigatoriedade do diploma de jornalista, Muniz marcou para ontem, quando ele havia dito que não poderia estar.
Segundo Muniz, Moacy estava ciente da reunião: ‘Estive com ele e ele sabia desde a semana passada’. E após fazer outras considerações, conclui: ‘Pois daqui a seis meses ele volta’.
Moacy disse ter avisado a Muniz que teria outros compromissos. E assinalou: ‘O maior interessado em discutir a PEC sou eu’.
Em suma, é muita espuma em pouca água.
Pulverização gera discórdia
O projeto do deputado Hilton Coelho (PSOL) que proíbe a realização de pulverização aérea em território baiano teve efeito bombástico entre o pessoal do agronegócio.
João Lopes Araújo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia, diz que o entendimento do caso é bem simples:
— Isso inviabilizaria toda a atividade agrícola na Bahia. E é porta de entrada para proibir outras atividades.
Agentes de saúde na frente no campo e na Assembleia
A deputada Soane Galvão (PSB) emplacou ontem na Assembleia a formação da Frente Parlamentar em Defesa dos Agentes de Saúde, segundo ela, a ponta avançada do pessoal que cuida da saúde pública, embora sem a devida recíproca.
Diz ela que são esses profissionais que vão para a linha de frente enfrentar problemas como a dengue e a zica, mas sofrem com problemas elementares, a começar no salário.
— Muitas não pagam nem o piso salarial da categoria (dois mínimos) e o apoio a esses profissionais é fundamental para o bem comum.
Ela diz que pretende estudar formas com a Desenbahia para abrir linhas de financiamento de motos e bicicletas. Muitos reclamam disso.