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Coluna do Levi Vasconcelos

Jornal da Pituba, um presente da pandemia para a Bahia

‘Interessante acompanhar como alguns entrevistados definiram grandes problemas do país. Um é a nova pobreza'

Publicada em 13/02/23 às 17:30h - 242 visualizações

Fonte: atarde.com.br colunista Levi Vasconcelos ★Sob a supervisão do Jornalista Jair Cezarinho WWW.ENCONTROJA.COM.BR


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 Jornal da Pituba, um presente da pandemia para a Bahia
 (Foto: Reprodução)
Dizem que das adversidades sempre se tira algo de bom proveito para a elevação moral e eis aí um caso típico. Foi fugindo da pandemia do corona que três jornalistas e um publicitário, também fotógrafo, produziram uma obra prima, o retrato perfeito dos primeiros tempos da Nova República, após o fim da ditadura militar.

Os jornalistas são Césio Oliveira, José de Jesus Barreto e Vander Prata e o publicitário Sérgio Guerra (no apoio, a fotógrafa Sônia Carmo, antes e agora). Eles reuniram no livro Jornal da Pituba – A um passo da liberdade 1985-1986 que revelou o acerto nas escolhas dos entrevistados, atores importantes da época que sobrevivem na história sempre bem referenciados.

Logo na orelha Paulo Fábio, cientista político, diz que a obra separa o principal do vicinal. E Antonio Risério contextualiza o Jornal da Pituba com precisão acadêmica: era um ícone da imprensa alternativa produzida em nome de um bairro de Salvador, a Pituba, que transcendeu. Naquele tempo, ressalte-se, a mídia impressa tinha força poderosa. 

Livro Jornal da Pituba – A um passo da liberdade 1985-1986 - Foto: Divulgação

Quase perfeito— No livro, dois colaboradores expressivos in memoriam, o jornalista Renato Pinheiro e o cartunista Hélio Lage, dois dos bons. O mix de reportagens misturava, como diz Risério, o político e o cultural, ao contrário dos outros alternativos da época, que focavam um ou outro.

E daí resulta um desfilar de personalidades top da segunda  metade do século passado e o início deste, de Jorge Amado e Dorival Caymmi a Pelé, de Dom Avelar Brandão Vilela a Cid Teixeira, de Caetano Veloso a Pierre Verger, fotógrafo e escritor franco-brasileiro que se tornou o branco mais preto da Bahia.

Conta Vander que no mix de personagens faltou um:

— Gilberto Gil, rapaz. Só agora nos demos conta de que não entrevistamos.

Adaptação —Ele também conta que uma vez decidido fazer o livro, a dificuldade era achar a coleção do Jornal da Pituba. Para a sorte geral a fotógrafa Sônia Carmo tinha. Tudo teve que ser digitalizado, chamaram o publicitário Jaime Dantas, que foi o autor da marca e do design do Jornal da Pituba, para fazer o layout do livro.

Foram sete meses de trabalho entre a ideia e a formatação do livro, lançado no final de janeiro. Em compensação, a Bahia ganhou um presente digno de figurar em qualquer biblioteca, por dever moral, obrigatório nas de comunicação.



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