Na história do Brasil Lula já é duas vezes único. Desde que os portugueses aqui chegaram, de Tomé de Souza até hoje, ele é o único governante que veio da ralé, das camadas mais pobres da população. E também é o único que foi preso acusado de corrupção.
Bolsonaro também é único. É o único que sem partido, sem traquejo no jogo político, elegeu-se presidente da República também de forma única, sem abrir a boca nos últimos 30 dias antes do pleito, ganhando as atenções de todas as mídias e por motivo justo.
A disputa polarizou entre os dois que mais uma vez são candidatos a serem únicos. Se ganhar Lula, vai se tornar o único brasileiro a comandar o governo do país por três vezes, em todas pelo voto. E Bolsonaro, se ganhar, será o único a chegar lá fazendo um discurso ostensivamente extremista, de direita.
Na história do Brasil Lula já é duas vezes único -
O pior único —Lula também é o único a disputar a presidência da República sete vezes. Perdeu as quatro primeiras, ganhou as duas últimas.
Ele estar no cenário da forma como a peleja se configurou deixa Bolsonaro numa situação delicada em matéria de ser único: corre o risco de tornar-se o único presidente da República, até agora, a perder a reeleição, ironicamente para alguém muito mais que adversário, um inimigo.
Entre os cientistas políticos reina a discussão: afinal, em caso de derrota, Bolsonaro perderia para Lula ou para ele mesmo com o seu discurso verborrágico? A resposta é quase consensual: para os dois, cada um com a sua contribuição expressiva para o inimigo.
Simone e Ciro —No meio desse tiroteio estão Ciro Gomes, que nunca foi um presidenciável competitivo, e a senadora Simone Tebet (MDB), esta sim, o fato novo da vez. Ela entrou no cenário federal para ficar? Eis a questão.
Lula já está com 77 anos, Bolsonaro com 66, Ciro vai completar 65 em novembro e Simone tem apenas 54. Isso é um indicativo de que em 2026 poderemos ter novos atores no palco, ela inclusa.
Na Bahia —Os baianos cá estão de olho lá. Claro que a questão federal influencia nas estaduais. ACM Neto fez a pregação do tanto faz, mas sabe que não é bem assim. A questão é saber até que ponto isso vai.
Jerônimo virou competitivo na ponga de Lula, João Roma colou com Bolsonaro, mas nem tanto e Neto está só contra tudo e contra todos. O conjunto torna as urnas de 2022 bastante interessantes. Vamos a elas.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Frases de Agripino
João Agripino, promotor, deputado federal, senador e governador da Paraíba (1966-1971), é autor de frases memoráveis, pinçadas por Sebastião Nery. Veja algumas:
“Homem de responsabilidade política não mente. Inventa a verdade”.
“Se queres ser bem sucedido na política cultiva duas grandes virtudes, a sinceridade e a sagacidade. A sinceridade é manter a palavra empenhada custe o que custar. A sagacidade é nunca empenhar a palavra, custe o que custar”.
“Governo técnico é como maestro, rege a orquestra de costas para o público”
“Oposição é como grama de jardim, tem o direito de viver, mas não tem o direito de crescer”.
“Oposição é como pedra de amolar, afia mas não corta”
“O importante não é o fato. É a versão”.
“Político é o indivíduo que pensa uma coisa, diz outra e faz o contrário”.