O jornal inglês The Economist referiu-se a Bolsonaro anteontem como O homem que queria ser Trump. E ontem, Donald Trump, o ex-presidente dos EUA que em 2020 perdeu a reeleição para Joe Biden, anunciou apoio total e completo a Bolsonaro.
Em suma, os laços que unem Trump e Bolsonaro são mais que mera amizade. Os dois são citados sempre pela imprensa nacional como arautos da política do ódio, aquela que xinga em nome da liberdade de expressão e mata em nome de uma justa causa.
Eis que em 10 de julho, em Nova Iguaçu, no Paraná, o policial bolsonarista José Jorge Guaranho invadiu a casa de Marcelo Arruda, simpatizante de Lula, que comemorava o seu aniversário, e o matou. Ontem, em Confresa, Mato Grosso, Benedito Cardoso, bolsonarista, matou o petista Rafael de Oliveira. Isso, sem falar em brigas que cada vez mais se repetem.
Capitólio —No livro recém lançado, O ódio como política - A reinvenção das direitas no Brasil, coordenado por Esther Solano, com 17 autores, a conjuntura é tratada como ‘direitas’, ‘novas direitas’, ‘reacionarismo’, ‘onda conservadora’, ‘facismo’, ‘reacionarismo’, ‘neoconservadorismo’.
Trump e Bolsonaro se encaixam em qualquer um. Se nos EUA os partidários do presidente perdedor viu os seus partidários invadirem o Capitólio, o Congresso de lá, episódio que resultou em 10 mortes, cá Bolsonaro afronta ostensivamente ministros do STF dando sinais de que quer ganhar nem que seja no pau. É a contramão de tudo o que se quer, a construção de uma sociedade justa e harmoniosa. Que triste.