O próprio Paulo Souto acreditou nas pesquisas e, junto com ele, ACM (morreria no ano seguinte). Tanto que abriu as portas do Palácio de Ondina para a imprensa, quando a derrota foi documentada ao vivo e a cores para todo mundo.
O que houve, afinal de contas? Segundo o professor José Carlos Martins, estatístico e diretor do Instituto Potencial, um erro técnico. Na época os institutos entendiam que pesquisas em 35 municípios dava um espelho do que se passava nos 417. Por conta do equívoco, agora se adota ao menos 80 municípios. Fica a dúvida: e dá para representar o conjunto?
Caso Rui —Tem também o caso Rui Costa, em 2014, aí já um pouco diferente. Ele começou bem atrás, com 2% e acabou na frente, mas aí as pesquisas mostraram a evolução. Daí é que ele sempre diz que, se fosse ligar para pesquisas, não chegaria lá. Claro que não são as pesquisas que definem, mas servem como propaganda. Nos dias atuais, os bolsonaristas até tentaram desqualificar as pesquisas que apontam Lula como líder (em todas) dizendo que são fruto de armações. Lero lero. Fazer uma fraude dessas num país como o Brasil seria formação de quadrilha, uma baita formação, ressalte-se. O resto fica por conta do tiroteio político.
Obstrução na Alba, a volta do tempo em que o jogo era fervente
A possibilidade da oposição obstruir a pauta para a votação da LDO na Assembleia, conforme cogita o líder da oposição, deputado Sandro Régis (UB), segundo servidores mais antigos da casa, pode reabilitar os tempos em que os embates ferviam. São memoráveis, segundo eles, alguns momentos, como a obstrução comandada por Filemont Mattos, hoje conselheiro do TCE, no governo João Durval: 44 horas ininterruptas de sessão. Melhor ainda foi a comandada por Edmon Lucas no primeiro governo de Paulo Souto: 68 horas.Isso significa que os parlamentares sofrem dormindo nas cadeiras do plenário e foi aí que surgiu a cereja do bolo: um ex-deputado querendo obstruir sem estar lá, simplesmente chegou diante do transformador de energia, sacou o revólver e deu um tiro. O caso até hoje é abafado. O autor está vivo e ativo.
Tom, o nome para o TCM
Dizem na Assembleia que a vaga do conselheiro Raimundo Moreira no TCM já tem candidato fortíssimo. É o deputado Tom Araújo (UB), 46 anos, terceiro mandato, também ex-prefeito de Conceição do Coité. A vaga é da Assembleia e Tom é figura afável, de fino trato, com um detalhe: desistiu da reeleição após ter feito cirurgia de um câncer raro no intestino. “Preciso cuidar de mim”, disse.
Indústrias de tintas lutam por um futuro mais colorido
Por que a Bahia importa, principalmente de Pernambuco e do Ceará, 95% das tintas que consome? A alegação clássica é a da falta de qualidade dos nossos produtos e é exatamente desmanchar isso que Arlene Vilpert, vice-presidente do Centro das Indústrias da Bahia (Cieb) e proprietária de uma das 11 indústrias de tintas baianas, quer.— Estamos crescendo numa média de 30% ao ano e espaço para crescer é que não nos falta. Crescer e qualificar, eis a nossa questão. Queremos as indústrias baianas alimentando o mercado baiano. Não é pedir muito, não? Arlene estará dando esse recado amanhã e terça, na Expo Tech, no Senai Cimatec, evento que envolve também cosméticos e saneantes.
Política com vatapá
O general Juracy Magalhães foi governador da Bahia de 1931 a 1937, nomeado por Getúlio Vargas, tempo de ditadura. Em 1950, com o país já redemocratizado, Getúlio se candidato a Presidência (e venceu) e Juracy ele resolveu também voltar a cena e se candidato ao governo da Bahia. La tudo bem, Getúlio lá, Juracy cá, de repente, o diabo entrou no jogo. A 30 dias da eleição, o adversário dele, Lauro Farani de Freitas, ia decolando do aeroporto de Bom Jesus da Lapa, o avião espatifou-se no chão justo na hora em que ele circundava a área para pousar. A coincidência foi infeliz. Passaram a dizer todo tipo de coisa, culpando Juracy, inclusive que ele mandou botar açúcar no motor do avião de Lauro. Régis Pacheco, prefeito de Vitória da Conquista, substituiu Lauro e ganhou. Mas contam que, a uma semana do pleito, Juracy foi a Ribeira do Pombal fazer comício. Tinha o hábito de encerrar os seus discursos com uma frase em inglês e assim o fez. Quando um caboclo gritou da plateia:— General, xingue a mãe do Régis em português mesmo que nóis garante!