Assim que saiu da reunião com Lula anteontem, Jaques Wagner postou no Twitter:
‘Eu, o governador Rui Costa e o senador Otto Alencar cabamos de sair de reunião com o presidente Lula e a presidente Gleisi (Hoffman, do PT). Tratamos do quadro nacional e na Bahia. Nada melhor que dialogar sobre isso com o grande maestro da política nacional’.
E logo depois anunciou:
— Nossa candidatura ao governo está mantida.
Jogou panos quentes no burburinho que se formou na base de apoio do governo, incluindo o PT, ouriçado que estava com o falatório de que Otto Alencar poderia ser o cabeça de chapa na disputa estadual.
Sem torcida
A ideia nasceu depois que Rui Costa foi a São Paulo, no início do mês, e reuniu-se com Lula. Pela reação dos petistas, parece que esqueceu de combinar com a torcida vermelha.
Petistas dizem que o PT nada tem a ganhar, pelo contrário, vai entregar de mão beijada o governo. Citam que há uma rivalidade latente entre o PSD de Otto e o PP de Leão, e torcem: se o caso é viabilizar o apoio do PSD a Lula, em nível nacional, o presidente do partido, Gilberto Kassab, admite a ideia de ter candidato próprio com Eduardo Leite, governador gaúcho.
Petistas dizem que esperam um cenário em que Lula chegasse aqui coçando a cabeça de Wagner e dizendo: ‘o Galego é o meu’’. Mas, como dizia Erivaldo Cerqueira, o Bigorrilho, radialista muito popular em Feira de Santana um tempo atrás: ‘Pegou fogo na dor de dente’.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.