O leitor Zenivaldo Reis, do bairro de Nazaré, Salvador, faz a pergunta: e será que a CPI da Covid vai dar em alguma coisa? E é boa, até porque nós também queremos saber a resposta, que virá nos próximos capítulos.
Meu caro, a CPI da Covid começou no olho de um tiroteio, transcorreu idem, e acabou tal e qual. Bolsonaro disse que é um produto ‘ao ódio e rancor’, coisa que, pelo tom, demonstrou detestar, mas pelos atos, parece estimular. E o filho, o senador Eduardo, disse que o pai gargalhou.
Se tudo isso acabar em pizza, convenhamos, os nossos senadores estariam fazendo o ridículo papel de nos fazer acreditar que tantos atos e fatos expostos e tantos documentos coletados seriam apenas espetáculo para nós, uma plateia de idiotas, ressalte-se.
Mortes
Após os entreveros para tirar os exageros, típicos dos que acusam, o relatório da CPI da Covid imputa a Bolsonaro nove crimes, que vão do charlatanismo (com a cloroquina) a crime contra a humanidade.
O Brasil acumula 604 mil mortes pela Covid. Não é pouca coisa. Dos nossos 5.568 municípios, apenas 49 passam dos 500 mil habitantes. É como se uma Feira de Santana quase inteira (619 mil habitantes) sumisse do mapa.
A CPI está dizendo precisamente que, se Bolsonaro agisse de outra forma, esse número seria bem menor. Ou tal cidade estaria entre as outras.
É uma acusação pesada, que já causa danos políticos a Bolsonaro, e adiante, na melhor das hipóteses, promete causar danos jurídicos também. É só ele deixar o poder e verá.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.