Foto: Carolina Antunes/PR
Diz-se na ciência política que a sublimação da boa governança é a prática de atos que contemplem o interesse público. Quanto mais abrangente, melhor. Tendo isso como parâmetro, convenhamos, fazer o maior arerê para não pagar absorvente para mulheres paupérrimas é a contramão plena.
Mais. Bolsonaro acabou cedendo. Óbvio que o alcance moral é de relevância ululante. Num país que banca tantas mordomias no seu aparato institucional, não só nos políticos, ressalte-se, brigar com o absorvente é fazer gol contra de propósito. E Bolsonaro fez. E Lula mais uma vez agradece.
Terceira via
São justamente os gols contras que Bolsonaro é vezeiro em fazer, com pecados de forma e conteúdo, que vêm incomodando setores da direita, botando gás na turma do ‘nem nem’, nem Bolsonaro nem Lula.
É justamente nessa brecha que o União Brasil, o UB, partido que resultou da fusão entre PSL, que elegeu Bolsonaro em 2018, mas rompeu, e o DEM de ACM Neto, entra apostando suas fichas. Quer ser o melhor caminho para viabilizar um nome novo, a terceira via.
Consegue? É uma aposta. João Dória, governador de São Paulo, proclama que os arautos da terceira via, hoje dispersos entre Sérgio Moro, o próprio João Dória, Ciro Gomes, Mandetta e Rodrigo Pacheco, devem se unir para viabilizar um. E é que aí que o UB de Neto escancarou as portas. É a aposta da vez.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.