Já o disse e relembro: ainda haverá o tempo em que os baianos sentirão saudade dos tempos de Rui Costa e ACM Neto. Elementar: boa governança é aquela que baixa as más estatísticas. E as tristes estatísticas das mortes em deslizamentos de terras na capital baiana desabaram.
Se boa governança também começa pelo princípio de que a intenção é acertar sabendo que mesmo assim ainda se erra, bom como em todo jogo é o que mais acerta. A Cidade da Música, ontem inaugurada, é um desses acertos na mosca.
Agrada rigorosamente a todos, abrangência plena, dos pontos periféricos de Salvador a longíquos rincões do planeta, as academias, uma pérola com a grife cênica e documental de dois nomes respeitáveis, o cenógrafo Gringo Cárdia e o antropólogo Antonio Rizério, num ponto de forte simbolismo histórico e num prédio idem, homenagendo os artistas que fazem a alegria de um tempo. São 750 horas de música. A gosto.
Os pais
Claro que a obra é de muitos, mas o paizão mesmo é ACM Neto. Tanto que Bruno Reis, o prefeito, postergou o horário da inauguração ontem para esperá-lo, pois o ex-prefeito estava em São Paulo.
No DNA está o título de Cidade da Música concedido a Salvador em 2015 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação).
A Cidade é uma PPP. Melhor assim. O BID não quis ajudar, mas o CAF topou. No time de Neto, Cláudio Tinoco, Waldeck Ornelas e Luis Carrera tocaram o barco.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.