Feira de Santana, a Princesa do Sertão, segunda maior cidade da Bahia, vive um inferno político particular, um astral tão ruim que, segundo jornalistas feirenses, só falta avião voando com gente despencando para ficar no clima que o Afeganistão vive com o Talibã.
O ponto xis é a briga entre o prefeito Colbert Martins (PSD) e o presidente da Câmara, o ex-deputado federal Fernando Torres (PSD), que, por sinal, o apoiou na disputa contra o deputado Zé Neto (PT), ano passado.
Fernando formou um grupo de vereadores, e tentou negociar com Colbert, em bloco, a participação na administração. Colbert brecou, disse que não iria fazer esse tipo de barganha. A briga degenerou, Fernando instalou uma CPI para investigar cestas básicas supostamente distribuídas na campanha que ele participou, Colbert embarreirou na Justiça. Agora vem outra CPI, a dos Transportes.
Dedo de Otto
Colbert anunciou que iria à Justiça contra Fernando, e a resposta jogou mais lama no ventilador. Fernando subiu à tribuna da Câmara e chamou Colbert de ex-presidiário.
O conjunto da obra pega por tabela ACM Neto. Lá é a base principal de Zé Ronaldo, ex-prefeito e aliado de Colbert, potencial candidato na chapa da oposição. Zé Neto, na oposição, assiste a tudo de camarote.
E será que Otto instiga Fernando para criar problema na esfera estadual? Fala Fernando:
— Otto nada tem com isso.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.