Marqueteiros e publicitários em geral tiram o chapéu: Duda Mendonça fez a diferença, tanto que crava na história do marketing polítíco o antes e o depois.
Na comunicação, no apogeu do modelo um para todos (jornal, rádio e TV, em que um escreve ou fala para todos ouvirem), só deu ele. Agora, na chamada sociedade em rede, em que todos falam com todos, com direito a fake news na lambança, o tempo é outro.
Mas Marcelo Simões, jornalista e publicitário que conviveu com Duda mais de 20 anos como redator de um time bastante seletivo, diz que ele soube como poucos associar a intuitividade a criatividade.
— Ele dava à publicidade uma forte carga humanística. Quando foi para o marketing político levou isso. Com ele eu aprendi a escrever para que as pessoas ouvissem.
Antológico
Se a ideia da publicidade é dourar a pílula do produto, assim o é que em 1985, 36 anos atrás, ele estreou no marketing político incendiando Salvador com ‘Deixe o coração mandar’, jingle da campanha de Mário Kertész, que resultou numa vitória espetacular, com mais de 60% dos votos.
Passou por Paulo Maluf em São Paulo, e aí se nacionalizou, em 2002, quando forjou o ‘Lulinha, paz e amor’, algo como o ex-metralhadora giratória Lula virou santo. Daí saiu uma pérola antológica do marketing, uma legião de mulheres grávidas cantando ‘Lula lá’. Virou internacional. E vitaminou baianos no marketing mundo afora.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.