Em plena pandemia, Rui Costa até tenta fazer uma agenda positiva anunciando obras onde vai, mas quase todas elas, anunciadas ou em andamento, vão sofrer reajuste por um detalhe elementar: os preços dos materiais de construção dispararam.
Na maior das obras, a ponte Salvador-Itaparica, orçada em algo em torno de R$ 7,5 bilhões, o preço do aço dobrou, e o do cimento subiu 75%. Dizem na ilha, a começar pelo prefeito de Vera Cruz, Marcus Vinicius (MDB), que, do jeito que está, o contrato é ‘inexequível’. Ou seja, não dá para cumprir assim.
Revisão
Ontem, em Feira de Santana, João Leão, vice-governador e secretário do Planejamento, um dos que tocam o projeto da ponte, admitiu que o problema existe. O aço realmente dobrou de preço e o valor do cimento disparou.
— Não é só o contrato da ponte. Várias outras obras estão na mesma situação. E o motivo da queixa é justo.
Ou seja, a revisão dos preços contratados está na pauta governamental. O que não se sabe é onde isso vai dar.
E aí entra a questão do pós-pandemia. Na tese de Rui Costa – e ele está certo, na medida em que você toca obras, ativa a economia. E se o estado vai arrecadar menos, até por causa das restrições, e gastar mais, o aguentar o tranco tem limites. Até que ponto o estrago vai é o que vai ser avaliado.
*Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.