"Não existe, na sociedade moderna, espaço para ataques gratuitos e xenofóbicos, a  quem quer que seja", disse hoje na Câmara a presidente da Casa, Eremita Mota (PSDB). Em pronunciamento na abertura dos trabalhos do dia, ela afirmou que deve ser combatida toda tipo de agressão, "seja  física, moral, psicológica ou por qualquer outra forma".  Diante de uma galeria repleta de mulheres, ela pregou, entre os pares,  "respeito mútuo e relação de confiança construída no exercício da atividade parlamentar".

 

Eleita para presidir o o Poder Legislativo a partir de 1º  de janeiro, para o biênio 2022/2023, a vereadora observa que a sua prioridade no cargo é propor o debate sobre o desenvolvimento de Feira de Santana: "somos agentes políticos e temos a responsabilidade de legislar, fiscalizar e acompanhar os atos do Executivo".  Eremita reafirmou, em seu discurso, o "comprometimento com a liberdade de expressão" em que  o poder de convencimento seja exercido "pelo argumento e defesa de ideias".

 

A vereadora apresentou em plenário dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e União Parlamentar Internacional referentes à violência contra mulheres que cumprem mandato legislativo. No Brasil, onde apenas 15% das cadeiras nas câmaras municipais, assembleias legislativas e Congresso Nacional são ocupadas por pessoas do sexo feminino, 82% delas sofrem violência psicológica em espaço político; 44% vivenciam algum tipo de ameaça;  26% são vítimas de violência física e 39% tem sua agenda legislativa comprometida em algum momento. Segundo ela, são dados "deprimentes e vergonhosos" que ainda acometem as mulheres.