As pessoas portadoras do HIV (AIDS), bem como do HTLV (outro vírus grave à saúde humana), enfrentam dificuldades em Feira de Santana, devido à assistência precária por parte dos serviços da Prefeitura Municipal. A reclamação foi levada a público nesta quarta (1), na Tribuna Livre da Câmara, pela vice-presidente da Associação dos Familiares e Amigos de Pessoas Vivendo com HIV-AIDS nesta cidade, Josefa Faria dos Anjos. Hoje, mundialmente, é o Dia de Combate à AIDS, uma data que também marca o início do Dezembro Vermelho. Nesse período, acontecem campanhas de conscientização junto à sociedade em relação à doença e suas consequências.

 

Soropositivo há 23 anos, ela diz representar "rosto e voz das pessoas" que convivem com o HIV  em Feira. "Estamos enfrentando abandono", afirma. Embora sejam "bons e esforçados", são insuficientes os médicos e enfermeiros à disposição do atendimento a este público, conforme Josefa.  "Os médicos estão desgastados, devido a sobrecarga de trabalho. Passam o dia todo atendendo. Mal conseguem param para almoçar", ela diz. 

 

Também faltam profissionais da psicologia, fundamentais na assistência. O laboratório disponível apenas faz o teste da carga viral. "Não podemos fazer o CD4 (exame que indica o nível de imunidade do paciente), entre outras avaliações importantes", protesta. A unidade de saúde responsável por este segmento, localizada em frente ao antigo Feira Tênis Clube, "não fiscaliza os trabalhos e não vê o paciente". 

 

Quanto às pessoas que enfrentam o HTLV (vírus da mesma família do HIV, que infecta células importantes para a defesa do organismo), há ausência de um serviço de referência para a doença, em Feira de Santana. Toda esta situação se agrava nos últimos meses, segundo a dirigente, com o aumento dos índices de pessoas infectadas no município, em plena pandemia de Covid-19.