O industrial Orlando Mendonça, 75 anos, é um cidadão discreto e arredio a tudo que seja ostentação para as ações que desempenha na vida particular e pública.
Mas ele é do tipo que brilha os olhos e se agiganta quando o assunto são o carinho, o cuidado, a atenção e a dedicação aos idosos do Asilo Rio Branco, entidade que preside desde que tinha 45 anos - há 30, portanto.
Seu Orlando Mendonça, que já foi um dia representante comercial da área de alimentação e hoje fabrica biscoitos e bolachas com a sua conhecida Fabise, é um sujeito tão discreto que esta é, em 30 anos, a primeira vez que ele senta com um jornalista para uma entrevista de fôlego.
Para falar do que faz e de como faz em favor do Asilo Rio Branco, dos seus internos e da gestão dessa entidade filantrópica que está completando 111 anos neste 2022.
Mais do que isso: para falar do prazer e da alegria com que se dedica a essa causa. E atenção: 100% como um filantropo. Ou seja, com remuneração zero.
Essa concessão na fala de Orlando Mendonça parece coisa de empatia, pois ele não encrespou. Não dificultou em nada a interlocução para a produção e a feitura desta Entrevista.
Apenas pediu para que o foco não fosse a sua vida pessoal e que tudo se prendesse exatamente ao institucional da ação que ele toca com o pé numa imensa confiabilidade da gente e das instituições sergipanas.
E sobre isso, Orlando tem mesmo enorme prazer. Encara as dificuldades da filantropia com naturalidade e visceralidade. É capaz das maiores bravuras pelo Asilo Rio Branco.
Ali, ele companha tudo olho no olho. Não deixa faltar nada. Se é feliz nessa missão? “Oxe: meu Deus do céu! Eu sou mais do que feliz. Entendo e aprendi que isso aqui foi uma oportunidade que tive na minha vida”, responde ele.
“Nunca pensei que eu ia chegar a esse ponto de encontrar felicidade fazendo filantropia. Hoje compreendo que todo homem deveria ter essa oportunidade de encontrar um ambiente para praticar filantropia”, diz.
Orlando Mendonça só não se sente calmo e nem manso diante de gente que desrespeite seus próprios idosos, não os acolha e, tendo condições materiais, mande-os para os asilos.
“Tem pessoas que vêm pedir e eu nego, com reprimenda: “Você tenha vergonha e vá cuidar de seu pai, da sua mãe, porque ele cuidou de você muito tempo e você tem condições. Contrate uma cuidadora e bote em casa”. Tem gente que sai daqui chorando e a culpa certamente não é minha”, diz.
Esta Entrevista está cheia de boas humanidades. Pelo que pensa, pelo que diz e sobretudo pela quebra de silêncio de Orlando Mendonça.
Orlando Carvalho Mendonça nasceu em Maruim no dia 5 de abril de 1947 e é filho de Dider Mendonça e de Valdice do Prado Carvalho Mendonça.
Orlando Carvalho é casado com Tânia Maria Machado Tojal Mendonça e é pai de Dider José Tojal Mendonça, de Débora Cristina Tojal Mendonça, de Danielle Cristina Tojal Mendonça e já é avô de seis netos - três casais gerados por cada um dos filhos.
Ele tem ensino médio completo. “Não tem nada fácil, mas eu gosto de ser industrial. Quando você se dedica e é zeloso, tudo vale e funciona”, diz, diante da sua condição de produtor de alimentos e exportador para meia banda do Nordeste – desde a Bahia ao Ceará.
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