Que ironia. Bolsonaro, que começou tanto amaldiçoando o ‘toma lá, dá cá’, chega a menos de um ano das eleições totalmente escancarado no ‘toma lá’, na esperança de ter o ‘dá cá’. Vai rolar a festa? O que não se sabe é como acaba.
Bolsonaro, ontem, a pouco mais de dez meses das eleições, se filiou ao PL (Partido Liberal). Os deputados gostaram. Vai empoderar a legenda. Mais que isso, a circunstância, com o orçamento Secreto, para quem só pensa em salvar a pele na primeira eleição sem coligação, é sopa.
Até parece algo surreal alguém ter o direito de manipular dinheiro público – e não pouco -, muitos bilhões na mão, indicando gastos sem limites e sem dizer quem pediu. É incrível, algo que já nasce fedorento num Congresso cheio de mal intencionados nesse jogo.
Votação
Convém a ressalva que o ‘toma lá, dá cá’ faz parte do jogo, e saber jogá-lo é uma arte. Lula soube de sobra; Dilma não soube e caiu; Temer só não caiu porque conhece bem da muvuca; Bolsonaro também não sabe e se abriu todo, ficou refém.
Se o Congresso brasileiro já acumula uma série de disfunções, ou desvios de conduta, já que essencialmente é para legislar, mas está virando um palco de barganhas puro e simples, o caso se agravou.
Na votação final, na Câmara deu 268 a favor, e 31 contra. Entre os baianos, dos 39, foram 15 a favor, 22 ausentes e dois contra – Dayane Pimentel (PSL) e João Bacelar (Podemos).