O procurador-geral da República, Augusto Aras, afastou o procurador Ângelo Goulart Villela de suas funções no Ministério Público. A portaria, que além do afastamento suspende o pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias, foi publicada nesta segunda-feira (8/2).
Villela foi acusado de violar o dever de sigilo funcional por vazar informações da operação "greenfield" em troca de propina. A portaria de Aras cumpre liminar de uma ação civil pública que corre na 4ª Vara Cível Federal de São Paulo.
Em maio de 2020, o Conselho Superior do MPF já havia aplicado pena de demissão ao procurador. Segundo a apuração, em 2017, quando atuava na greenfield, ele teria revelado informações a respeito de investigações envolvendo o grupo empresarial J&F.
A defesa do procurador, segundo informou o jornal O Globo, sustenta que ele tinha enviado a um empresário da J&F apenas material não sigiloso, com o objetivo de convencer empregados da companhia a celebrarem um acordo de delação premiada.
Diálogos
Conforme publicou a ConJur nesta segunda-feira, Villela aparece em diálogos apreendidos pela Polícia Federal no curso da chamada operação "spoofing".
Nas mensagens ele inventa frases atribuídas ao ministro Ricardo Lewandowski, como a de que seu colega Luiz Fux "tem um guaxinim na cabeça". Para Villela, "esse Lewandowski não é nada".
Portaria 66/2021
(Revista Consultor Jurídico)