A distância viária entre Jequié e Ilhéus atualmente é de pouco mais de 190 quilômetros (km), percorridos em aproximadamente 3 horas de viagem. Com a implantação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e do Porto Sul na cidade litorânea, o percurso será encurtado em 50 km e, mesmo sem uma redução significativa no tempo de viagem, o ganho que o setor produtivo jequieense terá com o complexo logístico será gigantesco.
Hoje, grandes indústrias implantadas na cidade de Jequié precisam utilizar o Porto de Salvador, a 353 km de distância e, pelo menos, 5h de viagem para receber insumos, ou mesmo escoar a produção. “O Porto de Ilhéus (o atual) é simplesmente impraticável, as empresas preferem operar por Salvador”, conta o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Celso Andrade Neto.
A cidade conta com indústrias de calçados, têxtil, de alimentos e de adesivos que veem com expectativa a implantação dos projetos de infraestrutura. E o mais importante para a Bahia é que o impacto que se espera em Jequié deve se repetir pelos outros municípios por onde a Fiol vai passar e até mesmo por outros, vizinhos.
O município tem a vantagem de ser cortado por duas rodovias federais, as BR 116 e 330, além de estar a poucos quilômetros da BR101. “Com a ferrovia teremos a possibilidade de nos tornarmos o 1º ou 2º eixo logístico da Bahia. Vamos disputar essa condição com Feira de Santana”, acredita o secretário de Desenvolvimento.
As condições logísticas vão ajudar nas operações das empresas atualmente instaladas na região, mas também deverão fomentar novos negócios, aposta Celso Andrade Neto. “Com um polo de logística, vamos oferecer diferenciais competitivos para empresas que vão beneficiar a produção mineral, agrícolas, de alimentos, além de fortalecer nossa posição na distribuição de combustível”, enumera. Neste sentido, o município já conta com uma base da Petrobras atualmente e de uma empresa privada, em fase de implantação. “Acreditamos que vamos nos tornar atrativos até para uma segunda base da Petrobras e para outras empresas deste segmento”.
A projeção é de impactos positivos também no setor de comércio e serviços, principalmente porque o município possui uma base tecnológica, graças à presença de instituições de ensino, acredita Andrade Neto. Segundo ele, o município vem se preparando há muitos anos para criar um ambiente amistoso para o a atração de empresas de base tecnológica. “Projetamos o nosso parque tecnológico, por exemplo, para não ficar preso a uma estrutura física. Se a inovação tiver que ser desenvolvida na área rural, ela será incentivada, não precisamos de um prédio”, diz. (Marcos Cangussu)