Por Hieros Vasconcelos Rêgo
Momentos memoráveis marcaram o bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, ontem. O desfile do 2 de Julho foi caracterizado, mais uma vez pela irreverência e pela fé do povo baiano na Cabocla e no Caboclo como entidades capazes de melhorar suas vidas, trazendo-lhes esperança, alegrias, sucesso e acima de tudo saúde.
Os votos de gratidão também foram expressões muito vistas durante todo o trajeto: agradecimentos pela vida, pelo fim da pandemia e pelas conquistas obtidas.
Uma das principais manifestações artísticas, culturais e ainda um momento para engrossar o coro em prol de causas sociais, direitos e deveres dos cidadãos baianos, o Desfile do 2 de Julho é um momento – como fazem questão de ressaltar os participantes – de reafirmar a democracia e a diversidade da Bahia. Reivindicações como capoeira nas escolas, piso da Enfermagem, cumprimento das leis 10.639 e 11.645, que estabelecem o ensino das histórias afro-brasileira e indígena nas escolas, além do fim do racismo, do machismo e do fascismo, deram o tom da festa. A inelegibilidade de Bolsonaro também foi muito comemorada durante o trajeto.
O cortejo começou, como manda a tradição, por volta de 7 horas com centenas de pessoas concentradas no Largo da Lapinha à espera da saída dos carros alegóricos com as imagens das dos caboclos, que assim como a participação do povo negro, tão bem representam a participação indígena na guerra que finalmente livrou as tropas portuguesas da Bahia, consolidando de uma vez por todas a independência do país. "Foram os indígenas, aliados a negritude desse estado, que de fato lutou e foi pra frente de batalha" comenta Áurea de Oliveira, pesquisadora.
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