Por Quézia Silva
O cuidado com o corpo é fundamental para se ter uma boa saúde e uma vida longa. Seja por negligência, por falta de condições financeiras ou pela ausência de informações, o fato é que muitas pessoas têm deixado de lado a saúde física, o que pode gerar um problema sério futuramente. Muita gente não sabe, mas as doenças renais estão cada vez mais presentes no dia a dia de brasileiros e baianos. Como essas doenças não têm sintomas, a atenção com o corpo deve ser redobrada. Por isso, com o intuito de deixar a população mais informada sobre as doenças renais, a Sociedade Internacional de Nefrologia criou a campanha do Dia Mundial do Rim, que este ano é celebrada hoje (9). No Brasil quem coordena essa ação é a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Estima-se que mais de dez milhões de brasileiros têm doenças renais atualmente. E, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), 8.387 pessoas estão em tratamento por Hemodiálise, que é um procedimento feito por meio de uma máquina que limpa o sangue fazendo o trabalho que o rim doente já não pode fazer mais, retirando resíduos que prejudicam o corpo. Além disso, a Sesab aponta que ano passado cerca de 1.091.808 de sessões de hemodiálise foram realizadas em 43 serviços de nefrologia. Tais dados são referentes a procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS). A Campanha do Dia Mundial do Rim, que tem como tema central "Saúde dos rins para todos", tem o objetivo de informar sobre a prevenção, alertar para o diagnóstico precoce e falar sobre o tratamento adequado.
Os rins são pequenos órgãos que têm a função de filtrar o sangue em nosso corpo, no entanto, quando um deles falha, isso causa uma série de danos. As doenças renais crônicas são causadas por múltiplos fatores como explica a Dra. Ana Flávia Moura, Médica nefrologista e Diretora Científica da Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional Bahia. "As principais causas de doença renal crônica, no mundo, são hipertensão e diabetes. Porém, outras situações podem causar doenças renais, como: obesidade, uso indiscriminado de alguns medicamentos, infecção urinária de repetição, cálculo renal complicado, entre outros", disse.
A doença renal crônica ela costuma ser silenciosa, ou seja, inicialmente ela não apresenta sintomas ao paciente. Por isso é importante estar em dia com os exames de rotina. Segundo a médica nefrologista, os sintomas das doenças renais só se manifestam depois de um longo tempo. "Em estágios avançados pode apresentar enjoo, vômitos, perda de apetite, inchaço, falta de ar, anemia ou até confusão mental". Referente ao diagnóstico, a Drª. Ana Flávia descreve que o simples exame de urina pode detectar possíveis lesões nos rins. "O diagnóstico da doença renal é feito a partir da dosagem dos níveis de creatinina no sangue. Esse exame é utilizado para estimar a função dos rins. Além disso, o exame simples de urina é bastante útil, pois pode sinalizar lesões estruturais dos rins", informou.
De acordo com a nefrologista, como não existe cura para as doenças renais crônicas, é importante que se tenha o diagnóstico precoce, pois ele controla a doença, caso tenha alguma lesão nos órgãos. Se a doença renal crônica está no estágio avançado, se faz necessário o tratamento com diálise ou o transplante renal. A Drª. Ana Flávia ainda ressalta a importância de manter bons hábitos para previnir a hipertensão e diabetes. "Adotar hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada, prática de atividade física e controle do peso, são medidas que ajudam a evitar as principais causas da doença renal crônica. Além disso, deve/se evitar o uso de medicamentos ou outras substâncias sem prescrição médica, pois muitas delas são tóxicas para os rins", alertou.