Há exatos cem anos o Brasil se despedia de Ruy Barbosa, levando milhares de pessoas ao cortejo fúnebre. Nesta quarta-feira, 1º de março, a Bahia demonstra que a admiração a um dos seus principais intelectuais permanece através de uma série de eventos independentes que foi aberta pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), com a Outorga da Medalha Rubem Nogueira. A solenidade lotou, pela manhã, o auditório Samuel Celestino, no Centro Histórico, para homenagear pessoas e instituições comprometidas com a memória de Ruy.
A entrega da medalha iniciou mobilização para a Casa da Palavra Ruy Barbosa, já com sinalização de apoio do Governo da Bahia. Foram homenageados Rubem Nogueira, Presciliano Silva, Ernesto Simões Filho, Luis Vianna Filho, Antônio de Pádua, o Estado da Bahia e o Município de Salvador. Em breve a honraria será outorgada à Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
O evento na ABI, tal como o multifacetado Ruy Barbosa, atraiu diferentes setores da sociedade, espectros políticos e até datas comemorativas. Uma das personalidades que prestigiaram a solenidade foi o professor Edvaldo Brito, vereador por Salvador e presidente do colegiado composto para articular a agenda do centenário de Ruy.
“Houve quem nos questionasse, ‘mas vocês vão comemorar a morte de uma pessoa?’. Sim, nós vamos ‘co-memorar’, ou seja, vamos memorar juntos, relembrar não a morte, mas a vida de um dos maiores brasileiros de todos os tempos”, justificou o presidente da ABI e aniversariante do dia, Ernesto Marques, na abertura da solenidade. Marques teve a companhia de sua esposa, a educadora Cybele Amado, representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
Com autoridades, intelectuais e profissionais da imprensa, o evento também teve um tom de articulação para manter o trabalho de preservação da memória do jurista, diplomata e jornalista baiano. Ernesto Marques, por exemplo, cobrou melhorias na rua em que está o imóvel em que Ruy nasceu e onde fica o então Museu Ruy Barbosa para aquecimento econômico e cultural da região.
Quebrando o protocolo, o vice-governador Geraldo Júnior discursou e sinalizou apoio do Governo do Estado. “Em nome do governador Jerônimo Rodrigues, podemos dizer que a Casa da Palavra terá o apoio do governo do estado para fortalecer o simbolismo dessa cultura, dessa história”, prometeu. Antes, Ernesto havia lembrado que o compromisso de políticos como Luís Vianna Filho e Antônio Carlos Magalhães foi essencial para manter o prédio histórico de pé e, agora, poder ser renovado.
A medalha
“Hoje eu me lembrei de eu pequenininha, meu pai tinha um escritório na rua Ruy Barbosa, a gente desde sempre sabia que ele era um fã número um dele, um grande entusiasta”. A recordação, compartilhada após o evento na ABI, é da colunista social Gilka Maria Andrade em relação a seu pai, Rubem Nogueira. Ela saiu hoje da sede da entidade carregando no peito a medalha que leva o nome do pai em homenagem a ele e outras figuras e instituições importantes para a inauguração do que veio a ser o Museu Ruy Barbosa, em 1949, no centenário de nascimento do jurista baiano.
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