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Bahia

Editorial - Não à impunidade

Compreensível a fraqueza emocional e a lacuna de virtudes, em um país de educação frágil

Publicada em 06/12/22 às 14:32h - 152 visualizações

Fonte: atarde.com.br supervisão Jornalista Jair Cezarinho WWW.ENCONTROJA.COM.BR


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 Editorial - Não à impunidade
 (Foto: O ato não só queimou símbolo representativo da líder amada por sua comunidade, mas também agrediu o município - Foto: Rafaela Araújo | Ag. A TARDE)
A tarefa de encontrar os autores do ataque à estátua para Mãe Stella de Oxóssi, na avenida por ela nomeada, é a missão dos investigadores da 12ª Delegacia (Itapuã), na qual foi registrado boletim de ocorrência, dando conta do crime. 

Os policiais têm  a oportunidade de capturar os meliantes, solicitando a prisão provisória ao remeterem o inquérito ao Judiciário, caso contrário a impunidade pode incentivar novas agressões de perfil racista e de intolerância religiosa. 

Repugnante é o mínimo para referir o ato, repetição inaceitável, pois as agressões físicas e os danos morais praticados contra o candomblé e adeptos vêm crescendo à medida da banalização deste mal por parte de seitas dizimistas inclinadas a incentivar o ódio contra interpretações divergentes do acesso ao divino. 

É compreensível a fraqueza emocional e a lacuna de virtudes, em um país de educação frágil e marcado a ferro e fogo por um passado escravagista indigno, retardatário em libertar pessoas pretas da chaga do pelourinho. 

No entanto, para punir atentados como este, existe o Código Penal Civil, além da Constituição Federal e outras leis protetivas da liberdade de culto, acrescentando à insana deliberação de queimar o monumento, o fato de Salvador ser a cidade com maior número de negros fora da África. O cidadão – ou grupo de pessoas a ser detido, a qualquer momento, pelos homens da lei, – não só queimou  símbolo representativo da líder amada por sua comunidade, perto de fazer quatro anos de morte, mas também agrediu o município, e grande parte de seus moradores, pois mesmo quem não gosta de sua ancestralidade, precisa admitir a origem nos navios negreiros. 

Produzido por narrativas de autoridades desprovidas de compromisso com o processo civilizatório, o momento belicoso pede represálias urgentes  da sociedade civil  e agentes de repressão à criminalidade, apesar da mágoa gerada pelo notório desentendimento. 



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