O Hospital Espanhol, centro de referência no atendimento à Covid-19 está com 85% de seus leitos ocupados, entre UTI e enfermarias, e terá a capacidade ampliada para atender a demanda crescente. As recentes festas com grande público, esquemas vacinais incompletos e a baixa adesão aos mecanismos de proteção individual, como máscaras, têm sido responsáveis pelo aumento dos casos e a consequente ocupação de leitos e gripários.
Até as 18h desta terça-feira, 19, a capital baiana apresentava um total de 69% de ocupação dos leitos de UTI adulto e 90% de leitos clínicos.
Com a ocorrência de aglomerações e a liberação das máscaras, os casos suspeitos ou positivos têm aumentado e pontos de referência e gripários têm adotado estratégias para acolhimento da demanda.
No Hospital Espanhol, a partir de amanhã, novos leitos serão ativados, de UTI e enfermaria, para contemplar o grande fluxo. O percentual de ocupação da UTI da unidade está, atualmente, em 78%.
“Percebendo esse movimento de alta dos casos ativos de covid, acordou-se a ampliação e reativação de leitos. Na próxima quinta-feira, ativamos 40 novos leitos, totalizando 240 na unidade. Serão 120 destinados a UTI e 120 a enfermarias", explica a diretora-geral do Hospital Espanhol, Sílvia Herranz. O movimento de ampliação é gradual por conta de questões administrativas e de infraestrutura.
Sílvia afirma que o aumento dos casos ocorreu após as festas juninas e a grande exposição ao vírus. Ela aponta, também, que casos mais graves têm sido de pacientes com comorbidades.
“O que percebemos nesse novo perfil, digamos assim, nessa nova onda de Covid-19 é a presença de comorbidades, patologias crônicas. Pode ser uma tuberculose, problemas cardíacos, hipertensão ou diabetes descompensada. E isso ocasiona agravamento da covid sendo necessária a utilização de um leito com maior preparo e complexidade que é o da UTI”, explica. Dos pacientes do Hospital Espanhol, 63% têm acima de 60 anos, e apresentam comorbidades ou doenças crônicas.
Gripários
Ivan Paiva, gerente executivo de Atenção às Urgências do Município de Salvador, sinaliza que a procura crescente pelos gripários da capital também pode ser explicada por causa do número de indivíduos não protegidos, colaborando para que o vírus circule ainda mais.
“Mantivemos aberto o gripário dos Barris e, com o aumento do número de casos, após o período de festas até 2 de julho, decidimos abrir outra unidade para diminuir o tempo de atendimento. Semana passada, ativamos o gripário do Pau Miúdo também com a capacidade de atender 300 pacientes por dia, como o dos Barris. O vírus continua circulando, ainda há pessoas contaminadas e em contato com outros, aumentando as chances de transmissão do vírus. E a não utilização de fatores de proteção como máscara e álcool gel também aumenta as chances de contaminação de indivíduos suscetíveis”, afirma o gestor. Para os especialistas, o esquema vacinal completo e regularizado é a grande chave no combate à Covid-19.